Evidência suprimida

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Evidência suprimida (vermelho, anos recentes), como é feito pelos partidários do Negacionismo climático

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“”Se alguém listar uma dúzia de derrotas nas quais o lado perdedor atacou com colunas divididas, posso listar uma dúzia de vitórias nas quais essa mesma tática foi empregada.
—Carl von Clausewitz, Da Guerra, Livro dois, Capítulo VI[1][2]

Evidência suprimida refere-se à extração seletiva de pontos em um argumento para refutá-los ou afirmá-los, ignorando outros que não apoiarão o(s) ponto(s) apresentado(s). Freqüentemente, fatos ou referências escolhidos a dedo serão superextrapolados e supervendidos para dar a impressão de que são representativos, quando não são. A evidência suprimida, com isso, é mais um ato deliberado de engano do que uma falácia lógica, mas, no entanto, uma tática extremamente comum.

Grande parte da evidência suprimida se baseia em evidência anedótica, porque usa apenas um ou dois exemplos para fazer um ponto; a escolha estatística usa essencialmente casos isolados em uma escala maior, ignorando as evidências mais amplas sobre um problema.

Nomes alternativos[edit]

  • argumento por observação seletiva
  • argumento de meia verdade
  • empilhamento de cartas
  • viés de confirmação
  • encobrimento (na forma de negacionismo)
  • falácia de evidência incompleta
  • falácia da exclusão
  • falácia de inclinação
  • ignorando contra-evidência
  • evidências incompletas/ocultas/suprimidas
  • seleção observacional
  • vassoura de occam
  • argumento unilateral
  • uso seletivo de evidências

Explicação[edit]

Ao apresentar um caso, a supressão de evidências é usada para omitir evidências que prejudicariam o próprio caso.

Por exemplo, no caso de debater criacionismo versus evolução, um argumento de evidência suprimido comum seria "A evolução é racista". Obviamente, isso ignora a evidência de que muitos (na verdade, a maioria) dos grupos racistas que existiram na América são tudo, menos apoiadores da evolução. A maioria acredita na Bíblia, bem como no criacionismo. Basta olhar ao redor para ver, por exemplo, a Ku Klux Klan ou a Identidade Cristã, que estão entre os mais famosos que acreditam na afirmação e afirmam 'Deus criou as raças separadamente', o que na verdade é contraditório às escrituras bíblicas. Dito isso, o racismo está mais associado ao criacionismo do que à evolução: ao simplesmente negar que pessoas de diferentes cores de pele tenham um ancestral comum, é provável que alguém seja racista. A alegação também ignora o fato de que os biólogos modernos argumentam que, além da cor da pele, "raça" não é um conceito biológico válido.

Por outro lado, há o exemplo de Margaret Sanger, fundadora da Planned ParenthoodWikipedia, que acreditava firmemente na evolução (certamente não era uma "criacionista") e proponente da eugenia (a ciência de criar e projetar a evolução dos seres humanos através da criação daqueles percebidos como fortes e desejáveis e eliminando os desajustados e os fracos).[nota 1]

Pode-se também notar que mencionar Margaret Sanger em um debate sobre evolução ou aborto é uma falácia genética, de qualquer maneira.

Isso não quer dizer que a evolução agora seja perfeita porque o criacionismo é racista (tu quoque). Simplesmente aponta o fato de que a evolução é mal utilizada por alguns em ações racistas (eugenia e darwinismo social). Isso não significa que a evolução seja inerentemente racista, nem refuta a teoria da evolução.

Vassoura de Occam[edit]

Uma variante da evidência suprimida é a "vassoura de Occam"; que é usada para varrer fatos inconvenientes para debaixo do tapete. É sutilmente diferente daquela porque são apenas um (ou alguns) fatos que estão ocultos, em vez de alguns poucos escolhidos a dedo de um grande conjunto.

O termo foi cunhado pelo biólogo Sidney Brenner.[4]

Exemplos[edit]

Cristianismo[edit]

Freqüentemente ocorre que os fanáticos religiosos não concordam totalmente com os livros sagrados e os ensinamentos aos quais afirmam aderir; assim, eles são frequentemente encontrados escolhendo pontos desses livros sagrados, insistindo naqueles com os quais concordam e rejeitando aqueles com os quais discordam.

Três coisas encorajaram (ou talvez sejam mesmo necessárias para [8]) escolher a dedo a Bíblia:

  1. Produção em massa de Gutenberg da Bíblia latina começando na década de 1450
  2. O uso e padronização da numeração de capítulos e versículos durante os anos 1500, para que versículos individuais pudessem ser facilmente citados fora do contexto.[5]
  3. A tradução da Bíblia em línguas vernáculas que pessoas comuns instruídas pudessem ler, começando com a tradução de Martinho Lutero para o alemão em 1522

Exemplos:

  • Os criacionistas vasculham a Bíblia em busca de citações que parecem ter antecipado verdades científicas, como Hebreus 1:11 (afirma antecipar a Segunda Lei da Termodinâmica) e Isaías 40:22 (afirma antecipar o conhecimento da forma elipsoidal da Terra e a expansão universo), ignorando aqueles que se chocam abertamente com a ciência.
  • As visões protestantes e católicas da Bíblia e da Eucaristia:
  • Os protestantes reformados foram essencialmente os inventores do literalismo bíblico; mas quando se trata de versículos como Lucas 22:19-20, eles insistem em uma interpretação simbólica, negando que o sangue e o corpo de Jesus estejam literalmente presentes na Eucaristia.
  • Por outro lado, a Igreja Católica prefere interpretações alegóricas amplas das histórias da Bíblia e geralmente minimiza o significado da Bíblia para afirmar um papel para seu próprio "Magistério"; mas quando se trata da Eucaristia, eles insistem na interpretação literal, tornando canibais e vampiros participantes do sacramento.
  • Os cristãos de lanchonete ignoram claramente aquelas partes da Bíblia que são claramente imorais, como o endosso da escravidão e da misoginia.
  • O uso por Christofelon Rollen Stewart de João 3:16 e João 3:16 apenas.

Indústria farmacêutica[edit]

Na indústria farmacêutica, um "protocolo de escolha" pode fazer parte do processo de descoberta de medicamentos. Digamos que você esteja procurando uma droga que neutralize a proteína XYZ. Você pega vários milhares de produtos químicos cujos efeitos são desconhecidos e dosa um pequeno número de células em um meio de cultura com cada produto químico individualmente, colocando cada combinação de produto químico/cultura de células em seu próprio tubo de ensaio em miniatura separado. Você então os passa sob um detector que pode dizer se as células foram afetadas ou não, que registra quais tubos tiveram uma resposta que você está procurando e quais não. O ato de separar os tubos que tiveram uma resposta, para testes adicionais, é chamado de "colher hit" ou "colher cereja".

Ao contrário de outros exemplos nesta página, esta é realmente uma boa ciência, já que toda a finalidade desses estudos farmacêuticos é desenvolver remédios que possam ser usados para tratar lesões, doenças e outros males sem ter efeitos colaterais horríveis, portanto, determinar quais produtos químicos terão quais efeitos nas células humanas é um esforço que vale a pena.

Indústria automotiva[edit]

Um mecânico que opta por trabalhar em unidades mais novas em condições relativamente intactas, deixando os trabalhos mais intratáveis e menos convenientes para os outros xingarem, pode ser considerado um caso de evidência suprimida.

Nota-se que o mesmo princípio também é aplicável em outros tipos de locais de trabalho.

Teorias da conspiração[edit]

Isso acontece quando alguém seleciona deliberadamente de uma ampla variedade de materiais apenas os itens que apóiam a teoria da conspiração, enquanto ignora e descarta aqueles que não apóiam. Quando essa seleção cuidadosamente escolhida de material é apresentada como um todo, ela facilmente leva as pessoas a pensar que a teoria da conspiração é apoiada por evidências. Esta é uma tática especialmente popular para os teóricos da conspiração do 11 de setembro: eles escolherão apenas as fotografias publicadas que apóiam suas reivindicações, enquanto ignoram completamente aquelas que não o fazem. O documentário Loose_ChangeWikipedia é bastante infame por fazer isso,[6] e fazê-lo de forma bastante convincente.

O maior problema com isso é, claro, que é puro engano: o espectador recebe intencionalmente apenas material cuidadosamente selecionado, deixando de fora as partes que contradizem a teoria da conspiração. Este é um ato deliberado. Os teóricos da conspiração não podem alegar honestidade ao fazer escolhas claras.

Um exemplo de evidência suprimida neste documentário: há uma grande caixa de transformador elétrico fora do Pentágono que foi seriamente danificada pelo avião antes de atingir o prédio. É impossível que a caixa sofra esse dano se o prédio for atingido por um míssil, como afirmam os teóricos da conspiração (o míssil teria explodido ao atingir a caixa, a várias dezenas de metros do prédio). Os teóricos da conspiração geralmente evitam usar qualquer fotografia que mostre a caixa do transformador danificada porque contradiz sua teoria. Eles estão fazendo isso deliberadamente. Eles não podem alegar honestidade ao fazer isso.

Esclarecimentos[edit]

Você não comete essa falácia se:

  • omite evidências menores que são irrelevantes para o seu ponto. Chamar isso de "evidência suprimida" seria sofismático.
  • omite "contraprovas" que já foram falsificadas. Chamar isso de "evidência suprimida" seria por si só suprimir a evidência, ou seja, o fato de que a contraevidência já foi refutada. Os criacionistas fazem muito isso.

See also[edit]

Ligações externas[edit]

Notas[edit]

  1. ↑ Sanger foi incorretamente atribuída por ter dito algumas coisas abertamente racistas,[3] mas na verdade ela trabalhou com líderes afro-americanos, incluindo W.E.B. Du Bois, e não tolerava fanatismo entre sua equipe.

Ver também[edit]

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Referências[edit]

  1. ↑ Clausewitz, Carl von (1993). Paret, Peter; Howard, Michael E.; Brodie, Bernard. eds. On War. New York: Alfred A. Knopf. ISBN 9780679420436. 
  2. ↑ Vom Krieg por Carl von Clausewitz (em alemão)
  3. ↑ Margaret Sanger Wikiquote.
  4. ↑ http://www.jbiol.com/content/8/9/79
  5. ↑ Capítulos_e_versículos_da_BíbliaWikipedia
  6. ↑ 'They're all forced to listen to us' por Ed Pilkington (26 Jan 2007 03.57 EST) The Guardian.
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